Meu amor NÃO me quer mais… E agora?

Meu amor não me quer mais, e agora?” — Essa é uma daquelas perguntas que parecem uma mistura de comédia e drama, certo? De repente, a pessoa que a gente pensava ser a última bolacha do pacote (ou, sejamos honestos, a gente mesmo) resolve seguir a própria vida sem a gente. Dá aquela dorzinha no peito, o ego grita, e a cabeça insiste em revisitar todas as conversas, como se em algum ponto pudéssemos encontrar o “erro” fatal que decretou o fim. Mas você realmente tem um culpado? Vamos conversar sobre isso, e, eu prometo, sem muita melancolia e com algumas pitadas de humor.

Começo:

Para começar, vamos ao primeiro ponto: você não quis mais ficar comigo, e tudo bem . Pode parecer óbvio, mas aceitar isso é um passo baita para recuperar a paz. Muitas vezes, o desespero de um rompimento vem mais da ideia de perda do que do afeto que realmente tínhamos. Quando alguém nos diz “não quero mais”, a primeira reação geralmente é de negação ou de querer convencê-la do contrário, como se tivéssemos o poder de mudar os sentimentos alheios. Mas quer saber? Que sorte que a pessoa foi honesta. Acredite em mim, é melhor um “não” direto agora do que descobrir, depois de anos, que estávamos do lado de alguém que apenas seguia o fluxo sem muita vontade.

No fundo, tem algo de libertador em estar com quem realmente quer estar com a gente. É como escolher sentar-se à mesa com quem realmente quer nossa companhia, sem precisar implorar pela atenção. Quando a pessoa é honesta e diz que não quer mais, ela poupa nosso tempo e faz da separação um processo menos arrastado. Eu sei, a sensação de “não ser mais desejado” é um soco no estômago. Mas isso, por incrível que pareça, não é sobre nós – é sobre eles. Uma pessoa gostar de nós, ou não, tem muito mais a ver com o que funciona ou não para ela. Afinal, cada um vê o mundo através do próprio prisma, feito de experiências, expectativas e desejos que, muitas vezes, sequer compreendemos.

É estranho?

Pode soar estranho, mas não precisamos fazer alguém gostar da gente. Tentamos, às vezes, de tudo: compramos presentes, caprichamos na atenção, revemos nosso comportamento para caber na vida da outra pessoa, como se o nosso valor dependesse de sermos aceitos ali. Mas vou te contar um segredo: quem precisa ser convencido provavelmente não é quem queremos ter ao nosso lado de verdade. Relações que exigem um esforço descomunal para serem sustentadas acabam desgastando, principalmente para quem investe energia tentando conquistar o inatingível.

E aí vem aquele clássico dilema: “Será que agora, ao perceber minha ausência, a pessoa vai começar a gostar de mim?”. É natural, acontece com quase todo mundo. Achamos que a falta que fazemos vai fazer o ex ou a ex repensar, perceber nosso valor e correr de volta. Mas, se minha ausência não faz diferença, então a minha presença também não vai significar muita coisa. Claro, há quem só valorize o que perdeu. Mas, convenhamos, esse é um tipo de admiração superficial, que pouco tem a ver com amor e mais com o ego ferido.

Olhando para dentro, outro ponto surge: o apego ansioso. Quem já experimentou sabe a montanha-russa de emoções que é. O apego ansioso faz com que a nossa autoestima dependa do outro. E isso é uma cilada. Quando um relacionamento termina, as pessoas que possuem apego ansioso muitas vezes sentem a necessidade de reaprovação, de que a outra pessoa ainda se importe ou tenha alguma consideração. Mas, ao buscar atenção e validação no outro, acabamos deixando nossa própria vida em segundo plano. E é aqui que uma grande virada de chave pode acontecer: entender que somos os únicos capazes de suprir essa necessidade de aprovação.

Se valorize!

Quando alguém se vai e não procura por nós, é como se uma verdade desconfortável se apresentasse: o valor que damos para nossa presença talvez não seja o mesmo para o outro. Mas isso, novamente, é menos sobre nossa “falha” e mais sobre o que o outro precisa ou busca na vida dele. Cada um de nós carrega feridas emocionais, bagagens, histórias mal resolvidas. E muitas das atitudes de quem está ao nosso lado não têm nada a ver com o que somos, mas com essas feridas que eles, às vezes, sequer reconhecem.

Tente pensar assim: o comportamento das pessoas é um reflexo direto das dores e dos medos que elas sentem. Alguém pode não se sentir pronto para o tipo de relacionamento que oferecemos. Ou talvez, a forma como se relacionam esteja profundamente marcada por experiências passadas e traumas. É como se cada um de nós tivesse um filtro emocional que transforma o jeito como vemos os outros – e nem sempre temos controle sobre isso. Se alguém se afasta, não significa que falhamos em ser interessantes, desejáveis ou dignos. Significa apenas que, naquele momento, o que a pessoa precisa ou espera não corresponde com o que podemos (ou devemos) oferecer.

Esse processo, quando visto com honestidade e compaixão, acaba sendo uma oportunidade incrível de aprendizado. Em vez de buscar a aprovação de quem nos rejeita, podemos redirecionar essa energia para entender nossas próprias motivações e expectativas. O que estamos buscando nos relacionamentos? Por que precisamos tanto da aceitação de alguém? E o que queremos para nossa vida?

Entendendo…

Ao entender que nosso valor não depende do desejo ou da atenção alheia, começamos a construir relações mais saudáveis, tanto com os outros quanto conosco. Afinal, se a nossa presença depende da ausência para fazer sentido, estamos vivendo em um círculo vicioso de dependência emocional que jamais nos satisfará de verdade.

Portanto, se o seu amor não te quer mais, não é o fim do mundo – é o começo de uma nova fase onde você aprende, com bom humor e uma dose de autoconhecimento, a valorizar o que realmente importa: você mesmo.

3 comentários em “Meu amor NÃO me quer mais… E agora?”

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