Como falar com alguém que NÃO gosta de você

Imagine que você está em uma sala cheia de gente, um ambiente típico de trabalho ou um evento social. Logo, você percebe a presença daquela pessoa. Sim, aquela pessoa. Aquele indivíduo que parece ter saído de um filme onde é pago exclusivamente para não gostar de você. Pode ser o seu colega de escritório que faz questão de ser formal demais, um parente que sempre te olha de canto, ou até mesmo aquele vizinho que nunca responde aos seus cumprimentos. E aí você se pergunta: “Como diabos eu devo falar com alguém que claramente não faz questão da minha companhia?”

O segredo..

É aqui que entra o segredo que ninguém nos ensina: como falar com alguém que não gosta de você sem sair afetado. Não, isso não é sobre ganhar o Oscar de Melhor Protagonista Pacífico de um Drama Social. É, na verdade, uma questão de controle emocional e de saber que o problema é da outra pessoa, não seu. Então, que tal falarmos disso com um pouco de humor, já que encarar esses momentos de forma leve já é um primeiro passo para vencer o desconforto?

O primeiro princípio para conversar com quem não gosta de você é o da indiferença educada. Imagine que você é um ator profissional – mas em vez de interpretar um protagonista caloroso, você agora representa uma versão discreta de você mesmo. Sim, é como se você estivesse lidando com um desconhecido numa fila de banco. O objetivo é a comunicação prática, sem nenhum brilho emocional. Um “bom dia”, um “como vai?” e o famoso “pois não” são suas palavras mágicas. Afinal, você não precisa oferecer as melhores partes de si para alguém que não sabe apreciá-las, certo?

E aqui vai uma dica importante: aja como se essa pessoa gostasse de você. Isso mesmo! Como? Simples. Não se retraia, mas também não mostre aquele entusiasmo ou empatia que você guarda para quem realmente merece. Trate a interação como se estivesse cumprindo um protocolo social. Ao agir como se a outra pessoa não tivesse impacto algum sobre sua postura, você cria uma espécie de “campo neutro” que ela dificilmente conseguirá romper. É quase como vestir um escudo invisível de serenidade. A diferença é que o “escudo” é a sua indiferença – que, a propósito, é absolutamente legítima.

Outro ponto

Outro ponto fundamental é lembrar que essa pessoa – por mais que seu olhar esteja afiado e sua linguagem corporal diga “não fui com a sua cara” – não pode tomar o controle sobre o que você sente ou faz. Controle emocional é a sua carta na manga aqui, e vou lhe dizer por quê. Quando você não permite que a opinião negativa do outro afete sua atitude, você ganha o que chamamos de “poder de influenciar”. Sem perceber, essa pessoa vê que seu desagrado não a torna especial, não gera impacto em você. Ela se torna, portanto, um simples personagem coadjuvante. E, no fundo, sabemos que ninguém gosta de ser um figurante na vida de outra pessoa, especialmente quando eles se colocaram na posição de “vilão”.

Mas, atenção: para manter esse controle emocional e essa postura de influência discreta, é preciso uma regra básica e fundamental – limite o tempo de interação. Sim, meu caro, você não tem uma vida infinita para gastar minutos preciosos em conversas que vão lhe trazer mais ansiedade do que paz. Quanto mais tempo você fica, maior é a chance de uma discussão surgir, pois, afinal, estamos falando de alguém que claramente não aprecia sua presença. Então, faça o que tem que fazer, finalize com simpatia – mas sem exageros – e, quando possível, desconecte-se.

Agora, não se esqueça: o mundo interno da outra pessoa é um mistério que não cabe a você resolver. E acredite, é provável que a razão pela qual ela não goste de você seja algo que vai além do seu controle ou até da sua compreensão. Talvez você lembre ela de uma pessoa do passado, ou talvez ela só esteja num dia ruim. Seja como for, são motivos que não podem e não devem interferir na sua paz. Em momentos assim, é essencial lembrar: não se afete por algo que você não entende. Isso é problema dela, e de mais ninguém.

Reagindo

Seja breve e cordial, mas sempre mantendo a linha da indiferença. Nessa jornada, você pode pensar em algo mais ou menos assim: “Eu não sei o que se passa na cabeça dessa pessoa, mas também não preciso saber.” Afinal, você tem outras preocupações na vida – metas, amigos, familiares – e há inúmeras coisas pelas quais vale a pena se envolver emocionalmente. Ser simpático e respeitoso não significa abrir mão de si para conquistar alguém que, sinceramente, não merece tanto do seu tempo ou energia.

E por falar em energia, nunca deixe que essas interações tirem de você a sua serenidade e sua paz. A sua paz é um bem precioso, e defender isso deve ser sempre sua maior prioridade. Se durante uma conversa você sente que algo ali está roubando a sua tranquilidade, faça um esforço consciente para reduzir a interação ao mínimo. A paz interior é o seu “grande prêmio” aqui. Portanto, a próxima vez que se ver frente a frente com alguém que claramente não tem simpatia por você, faça uma pausa interna. Respire. Lembre-se de que você não está ali para agradar essa pessoa. Está ali apenas para manter uma boa conduta social.

Lidar com essas situações não significa que você precisa ser frio ou mal-humorado. Na verdade, é quase o oposto. Quando você age naturalmente, sem forçar nada, a mensagem é sutil e poderosa: você está tão bem resolvido que a opinião de alguém que mal conhece não afeta o que você pensa sobre si mesmo. Isso é um sinal de maturidade, algo que as pessoas ao seu redor notarão – e, com sorte, até a própria pessoa perceberá. Afinal, estamos todos em um grande palco social, onde cada um de nós representa um papel. Se você escolhe representar o papel de alguém calmo, seguro e confiante, essa será a imagem que a maioria verá.

Em resumo

Em resumo, a arte de falar com alguém que não gosta de você está em tornar o momento leve, porém cuidadoso. Mantenha-se em um nível neutro de interação, onde você mostra o respeito sem precisar demonstrar afeto ou entregar as melhores partes de si. Afinal, se essa pessoa não aprecia a sua presença, por que você daria a ela o melhor do seu repertório? Preservar sua paz é um direito, e o verdadeiro segredo está em entender que cada um tem sua própria bagagem emocional – e essa bagagem não é responsabilidade sua.

Lembre-se: seja breve, seja cordial e não se envolva demais. Assim, você protegerá o que há de melhor em si e sairá de cada interação sem carregar qualquer negatividade.

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